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23 de Abril de 2024

Califórnia aprova lei que obriga empresas como Uber a reconhecer vínculo empregatício de motoristas

Nova regra, que ainda depende de sanção do governador, pode inviabilizar modelo de negócios de aplicativos de transporte

Publicado por Jusdecisum
há 5 anos

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Uma lei aprovada no Senado da Califórnia nesta terça-feira deve forçar empresas como Uber e Lyft a contratar como empregados de fato os motoristas desses aplicativos de transporte. Hoje, essas pessoas mantêm contratos com as empresas como prestadores de serviços, sem qualquer benefício trabalhista.

Pela lei, o profissional que exercer atividade remunerada no estado só poderá ser considerado um trabalhador independente se seu ofício não for relacionado à principal atividade da companhia para a qual presta o serviço.

Nos EUA, ao considerar o motorista como empregado, ele passa a ter direito a um salário mínimo, pagamento de horas extras, além de outros benefícios. Isso pode pôr em risco o modelo de negócios da chamada 'gig economy', baseado na prestação de serviços sem vínculo trabalhista, segundo analistas.

Segundo pesquisa do Barclays e da Macquarie Capita, o status de trabalhador teria um custo adicional por motorista de US$ 2 mil a US$ 3.600 para as gigantes do transporte. Para a Uber, isso representaria uma despesa de US$ 500 milhões por ano com os motoristas na Califórnia.

O estado costuma servir de exemplo para outros governos estaduais nos EUA. Por isso, há um risco real de a sustentabilidade dos negócios da Uber e outras empresas semelhantes estar ameaçada.

Os estados americanos têm duas casas legislativas, um Senado e uma Assembleia locais. Por isso, para entregar em vigor, a nova lei na Califórnia ainda precisa der aprovada em assembleia e ser sancionada pelo governador.

A votação na assembleia deve acontecer ainda nesta semana, e o governador Gavin Newsom já se disse favorável às novas regras, segundo a imprensa americana.

No Brasil, o tema ainda não chegou ao Legislativo. O que há são decisões isoladas na Justiça, algumas delas determinando o vínculo empregatício.

Na semana passada, no entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que um caso envolvendo um motorista de aplicativo e a empresa dona do serviço seja julgado pela Justiça comum em vez da trabalhista.

A Segunda Seção do STJ considerou que não há relação empregatícia entre os dois, entendimento que deve prevalecer em outros casos similares.

O modelo de remuneração das pessoas que trabalham para a Uber vem sendo questionado pelos próprios motoristas, que chegarama fazer uma greve global em maio passado. Mas a empresa e seu pares resistem a fazer mudanças.

Adrian Durbin, diretor de comunicação da Lyft, disse ao site da TV americana CNN nesta quarta-feira que a Califórnia "perdeu importante oportunidade de apoiar a maioria esmagadora dos motoristas que querem uma solução que equilibre flexibilidade e padrões de remuneração e benefícios".

Durbin disse ainda que a empresa está preparada para convencer os parlamentares da Califórnia a "preservarem a liberdade dos motoristas e o que eles precisam e querem".

Fonte: Época Negócios

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3 Comentários

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Acredito que, no momento em que tais empresas cobram por percurso, saem da esfera de meras provedoras de tecnologia e passam a mercar transporte. Se o negócio delas é prover tecnologia, então deveriam cobrar tão somente por isso. Cobrar o download, ou valor mensal a título de manutenção e atualizações do aplicativo. Algo assim.

Se optam por vender transporte, não vejo como não vincular os motoristas à atividade empresarial. continuar lendo

É complicado usar termos anteriores para criar uma coisa que surgiu depois. continuar lendo

Se aprovado o que irá ocorrer é a inviabilidade do modelo atual seguido de adaptação da empresa a um modelo diferenciado até a próxima burocracia. continuar lendo